Estranhou o novo visual? A casa é alugada, mas pode ficar à vontade. Enquanto durar o Campeonato Mundial Feminino de Basquete, o Rebote fica neste endereço, com textos escritos direto de São Paulo. A caixa de comentários ainda é toda sua.

quarta-feira, setembro 27

Sue e eu



O veneno escorre na caixa de comentários, parece até goteira do Ibirapuera. A princípio, até achei que esse tipo de boato deveria ser alimentado, mas resisti à tentação de criar um nome falso de torcedor para descrever cenas tórridas (e fictícias) nas arquibancadas. Cá estou eu, portanto, para esclarecer aos paparazzi de plantão:

Eu e Sue Bird somos apenas bons amigos.

A expressão "troca de roupas de baixo", usada de forma leviana pelo senhor Melchiades Filho, não se justifica. Foi apenas uma blusinha de treino. Ainda com perfume, mas apenas uma blusinha de treino. De todo modo, o souvenir não está no mercado, prezado Luis Varejão.

Diante de tamanha boataria, ficamos combinados assim:

É tudo mentira. Mas podem espalhar.

domingo, setembro 24

A nata do basquete feminino

Atendendo a pedidos, vamos às três seleções do Mundial feminino de basquete, assim como a melhor jogadora e a grande revelação. Eu já tinha até feito um rascunho, mas mudei várias coisas depois da analisar com mais calma. Aí vai. Discorde à vontade na caixinha de comentários.


PRIMEIRA SELEÇÃO:

- Maria Stepanova (RUS) - Regularidade impressionante.
- Lauren Jackson (AUS) - Melhor jogadora do planeta.
- Amaya Valdemoro (ESP) - Além de craque, tem estilo.
- Penny Taylor (AUS) - Praticamente imarcável.
- Hana Machova (TCH) - Atleta mais versátil do Mundial.

Técnica: Jan Stirling - (AUS) - Tem as campeãs na palma da mão.


SEGUNDA SELEÇÃO:

- Alessandra (BRA) - Uma leoa no garrafão.
- Candace Parker (EUA) - Só faltou a enterrada.
- Iziane (BRA) - A coroa de Janeth está bem entregue.
- Diana Taurasi (EUA) - A mira mais fatal da atualidade.
- Ilona Korstin (RUS) - Mortal nos chutes e na armação.

Técnico: Eduardo Pinto (ARG) - Sai da frente, as hermanas vêm aí.


TERCEIRA SELEÇÃO:

- Gisela Vega (ARG) - Maior reboteira do torneio.
- Eva Viteckova (TCH) - Eficiente dentro e fora do garrafão.
- Tina Thompson (EUA) - Pontuadora automática.
- Janeth (BRA) - Guerreira, esqueceu o tornozelo machucado.
- Sue Bird (EUA) - Faz a leitura do jogo como poucas.

Técnico: Igor Grudin (RUS) - Esquema enxuto para ir à final.


MVP: Lauren Jackson (AUS) - Penny Taylor que me desculpe, mas Lauren mostrou durante o campeonato que é a melhor jogadora de basquete em atividade. Deu show do início ao fim e, na única atuação ruim (contra o Brasil), conseguiu se recuperar no último quarto.

REVELAÇÃO: Candace Parker (EUA) - A menina de 20 anos tem tudo para dominar os garrafões do mundo daqui a pouco tempo. É atlética, tem bom senso de colocação e funciona bem no ataque e na defesa.

Australianas no topo do mundo


Parabéns a Jackson, Taylor & Cia. Essas moças jogaram demais.

Lições para o Brasil


Então é isso, amigos, foi-se o Mundial. A Austrália é a campeã invicta, as americanas ficaram pelo caminho e o Brasil garantiu o quarto lugar. A vantagem do mando de quadra e a qualidade técnica das meninas nos permitem subir o nível de exigência. A colocação poderia ter sido melhor, mas as falhas da semifinal custaram muito caro. Na disputa do bronze, a equipe jogou mal e os EUA chegaram atropelando. O resultado foi a sova de 40 pontos.

No geral, vale a bandeira fincada entre as quatro melhores seleções do mundo. As jogadoras fizeram o possível. Passos maiores, contudo, só serão dados quando mudar a mentalidade do nosso basquete.

O técnico Antonio Carlos Barbosa deixa a competição com saldo amplamente negativo. De bom, a condução do time na brilhante vitória sobre a República Tcheca. Ali, o treinador foi preciso. De resto, falhou demais, dentro e fora da quadra. Vamos ao jogo de sete erros:

1) Barbosa entrou no campeonato como candidato a deputado estadual. Essa informação nem precisa de comentários, né?

2) Deixou a defesa virar um queijo suíço nos jogos da primeira fase e, questionado pela imprensa, saiu-se com a declaração do ano: "Todo mundo fala que defesa ganha o jogo, mas eu não acho. Ganha quem faz ponto. Defesa é coisa de americano".

3) De forma velada, culpou as jogadoras pelos tropeços.

4) Não mandou ninguém a Barueri para ver possíveis adversários. Segundo os relatos, mal viu os jogos no próprio Ibirapuera. Apostou apenas nos vídeos para destrinchar os rivais.

5) Na véspera da semifinal, contra a Austrália, não sabia o dia do jogo. Anunciou para sexta, na verdade era na quinta. Isto é simplesmente inacreditável.

6) Demorou muito para pedir tempo no início do quarto período contra a Austrália. Ficou vendo a virada de Lauren Jackson & Cia.

7) Reagiu às críticas de forma agressiva, arrogante e debochada. Chegou a desafiar os comentaristas para um debate sobre tática, convocando-os a mostrar os currículos.

Que tristeza...

Parque de diversões



As duas semanas de cobertura do Mundial feminino, claro, foram uma baita experiência. Nem deu para reclamar das 13 horas de trabalho diário, subindo e descendo as escadarias de Barueri e do Ibirapuera.

Valeu a oportunidade de ver, ali no quintal, as melhores jogadoras do planeta desfilando talento nas nossas quadras.

Valeu a simpatia das jogadoras brasileiras, que mostraram caráter do início ao fim e pareciam conscientes da importância de tratar bem a garotada que foi ao ginásio ver os jogos.

Valeram os papos com Lauren Jackson, Amaya Valdemoro, Sue Bird, Diana Taurasi, Katie Smith, Audrey Sauret-Gillespie, Anne Donovan, Kevin Cook, Igor Grudin, Alain Jardel etc.

Além da turma do SporTV, 100% gente boa, pude conhecer pessoalmente jornalistas que eu já admirava, como o grande Melk, o Giancarlo Giampietro e o Marcelo Russio. Na imprensa estrangeira, foi legal trocar idéias com a francesa Stephanie Magouet, a americana Lee Michaelson, entre outras figuras que passeavam pela quadra.

Depois de emendar os Mundiais masculino e feminino, a saudade vai ser grande a partir de agora. O Rebote volta ao formato original nos próximos dias. Muito obrigado a vocês, que mantiveram a caixinha de comentários pulsando. Abraços a todos.

sexta-feira, setembro 22

Começou bem, terminou mal


A festa foi bonita na arquibancada, mas terminou em tristeza.

O Brasil teve ótima atuação durante três períodos e sofreu aquela velha pane assim que o último quarto começou. Sob comando da até então apagada Lauren Jackson, a Austrália tirou nove pontos em poucos minutos. Barbosa errou ao não pedir tempo para interromper a reação e ao insistir com Cíntia, que atravessava mau momento.

Pouco depois do jogo, aliás, ouvi a gravação do repórter da rádio Globo que havia entrevistado o nosso comandante na véspera. Diante de uma pergunta sobre a semifinal desta quinta-feira, Barbosa afirmou que a partida seria disputada na sexta. A insistência do repórter deixou o treinador na dúvida, criando uma cena patética.

Agora, me digam: dá para admitir um técnico que não sabe o dia do jogo em plena semifinal de um Mundial de basquete???

Nada de arrogância


Bastou soar a sirene de EUA x Rússia para pipocarem os comentários sobre a arrogância das americanas. Meus caros, este é apenas mais um daqueles clichês surrados do esporte, assim como a catimba dos argentinos e a inocência do futebol africano.

Tenho acompanhado a seleção dos Estados Unidos desde o primeiro dia, lá em Barueri, e posso afirmar com todas as letras: as meninas não têm um pingo de soberba em relação à torcida, aos jornalistas ou às adversárias.

Apontar este motivo para a derrota na semifinal é uma acusação injusta com as americanas e com as russas. O resultado foi fruto único e exclusivo do que aconteceu dentro da quadra: a equipe européia teve uma atuação espetacular e sufocou as atuais campeãs nos três primeiros quartos. Por causa do favoritismo, qualquer derrota dos EUA é sempre vista como efeito da arrogância. Pura balela.

Perderam porque a Rússia jogou mais. Simples assim.

quinta-feira, setembro 21

De encher os olhos


Foi o primeiro jogo do Brasil que eu vi ao vivo neste Mundial. Acho que cheguei na hora certa. A seleção teve uma performance espetacular contra a República Tcheca. Botou a campeã européia na roda e não deixou as "Ovas" jogarem. Machova, Viteckova, Mokrosova, vão todas disputar do quinto ao oitavo lugar.

A atuação brasileira foi extremamente animadora. As atletas estão de parabéns, guerreiras que são, mas cabem também elogios ao Barbosa e à comissão técnica. Quando é para criticar, a gente critica, mas é preciso reconhecer o bom trabalho feito nesta quarta. A fome defensiva das meninas me deixou de queixo caído.

Tomara que continue assim. Se o Brasil emplacar outro show desses na semifinal contra a Austrália, dá para ganhar de Lauren Jackson & Cia.

Como marcar a musa? Prefiro marcar as armadoras e evitar que a bola chegue redondinha até a craque do time. Mas falar é fácil, né.

Importa que a nossa equipe já voltou ao seu lugar de direito: o rol das quatro melhores seleções do planeta.

quarta-feira, setembro 20

Em pleno Mundial...

Enquanto jogavam Rússia e Espanha, chovia um bocado em São Paulo. Em dois pontos da quadra, várias goteiras forçaram a interrupção do jogo a todo momento. Jogadoras escorregando na quadra, batendo a cabeça no chão... uma vergonha.

Em quadra, a Rússia contou mais uma vez com Korstin e Stepanova para avançar às semifinais. A Espanhola Valdemoro, um dos grandes destaques do Mundial, chorou muito ao fim do jogo, mas nos deu uma lição de humildade. Subiu à cabine do SporTV, participou rapidamente da mesa-redonda e ganhou mais um punhado de admiradores.

Em SP com as americanas



A fase paulistana da minha passagem pelo Mundial começou bem. Cheguei na hora do almoço e fui direto ao Ibirapuera. Na quadra, a França treinava. Na seqüência, foram as americanas. E o melhor veio depois: eu e Roby Porto gravamos, para o SporTV, uma entrevista de quase meia hora com Diana Taurasi, Sue Bird e Anne Donovan.

Provavelmente vai ao ar nesta quarta-feira, só não sei o horário.

Simpáticas do início ao fim, sorrindo o tempo todo, as três falaram sobre conceitos defensivos (do Barbosa, inclusive), as atuações no toenrio, as enterradas da Candace Parker, o talento da Hortência etc.

Nem preciso dizer que, para mim, foi o melhor momento da cobertura até agora. Tomara que, até sábado, pintem outras oportunidades de bater papos mais profundos como este, sem a pressa do dia-a-dia.

terça-feira, setembro 19

Vocês só pensam naquilo

Amigos, cá estou no Ibirapuera, numa sala de imprensa bem maior que a de Barueri. Enquanto eu reflito sobre os rumos do basquetebol feminino, vocês só pensam em musas, né. Tudo bem, vamos a elas.

Para começo de conversa, vou remar contra a maré e dizer que Lauren Jackson não está com essa bola toda. Minhas candidatas são Michaela Pavlickova (República Tcheca), as russas Marina Karpunina, Ilona Korstin e Svetlana Abrosimova, Sandra LeDréan (França), e claro, a simpática americana Sue Bird.

Todas essas são de Barueri, e nenhuma chega a ser um modelo perfeito de beleza. Mas vale o conjunto.

Eleger a Lauren Jackson é fácil. O divertido é caçar novos talentos.

De mudança

Enquanto eu subia as arquibancadas de Barueri e as americanas assistiam a França x China, olhei para Sue Bird e ela me deu um tchauzinho. Sendo assim, está cumprida minha missão no ginásio José Corrêa. A partir de terça, passo a bater ponto no Ibirapuera.

Espero que esteja frio na capital. O calor dos primeiros dias foi traumático. Daqui a pouco nos falamos.

Machova vem aí...


Borracha, assistente de Barbosa, estava editando as partidas da França, no hotel em São Paulo, e se mandou para Barueri assim que as Bleus entregaram o ouro para a China e deixaram de ser nossas adversárias nas quartas-de-final. Chegou com o jogo entre Estados Unidos e República Tcheca em andamento, mas pelo menos apareceu, anotou, prestou atenção, fez o dever de casa. É por aí mesmo, vale o esforço.

Como a comissão técnica não viu nenhum outro jogo das tchecas in loco, espero que os DVDs sirvam para dar ao menos uma luz sobre o estilo das campeãs européias.

No texto de ontem, eu escrevi que esta era justamente a equipe mais temível. A partida de segunda-feira só confirmou minha tese. As fantásticas americanas fizeram apenas 63 pontos e precisaram suar um bocado para controlar o jogo.

Olho em Hana Machova, armadora estupenda. Contra os EUA, ela jogou menos de 20 minutos. Fez quatro pontos, mas compensou com nove rebotes, quatro assistências e três roubadas. Eva Viteckova também vai nos dar muito trabalho, com um estilo versátil e difícil de ser marcado, à la Lauren Jackson. A baixinha reserva Mokrosova é outra que merece atenção. Corre e se movimenta feito louca.

Para vencer, o Brasil terá de jogar no máximo de sua força. E a torcida precisa ir ao Ibirapuera. Portanto, você que mora em São Paulo, faça a sua parte na quarta-feira, às 15h15.

domingo, setembro 17

Assim, não adianta nada


Barbosa "viu" o jogo entre Estados Unidos e França


Após seis dias de inacreditável ausência da comissão técnica brasileira em Barueri, eis que Antonio Carlos Barbosa apareceu aqui no ginásio José Corrêa. Foi assistir ao jogo entre Estados Unidos e França, neste domingo. Boa notícia, não? Pois é, de início eu também achei.

O problema é que o nosso treinador mal olhou para a quadra no primeiro tempo. Deu entrevistas e engatou uma longa conversa com repórteres, bem abaixo da nossa cabine. Tirou fotos com torcedores e só sentou na arquibancada para ver o jogo quando faltavam quatro minutos para acabar o segundo período.

Pior: não levou prancheta, não anotou nada, ficou só olhando. Do outro lado do ginásio, dois integrantes da comissão técnica da Austrália, que havia batido o Brasil mais cedo, faziam anotações o tempo inteiro.

Logo após termos citado o fato na transmissão, a CBB explicou que Norbeto Borracha estava no hotel, gravando o jogo. A informação não atenua o descaso. Vendo a partida na TV, você é obrigado a acompanhar a câmera. Para o torcedor, é ótimo. Para quem precisa se ater aos detalhes táticos, a presença no ginásio é incomparável.

Por isso, a seleção americana mandou representantes para São Paulo. A melhor seleção do planeta podia ficar no hotel, vendo pela telinha, mas leva a sério a importância de estudar os adversários.

Talvez por isso os EUA tenham anulado a russa Korstin, a cubana Boulet e o ataque balanceado da França. As européias, que vinham jogando bem até então, fizeram apenas dois pontos no quarto período. Terminaram com 41, recorde negativo do campeonato.

Mas esse negócio de defesa é coisa de americano, né, Barbosa...

O que nos aguarda?



Vencendo o Canadá, o Brasil deve pegar República Tcheca, Rússia ou França nas quartas-de-final. As três são paradas duras.

França - É o "menos pior". As francesas bateram tchecas e russas, mas têm dificuldades de jogar contra equipes que atuam em velocidade. Foi assim nas derrotas para EUA e Cuba. O Brasil joga bem no contra-ataque e pode se aproveitar disso. Além do mais, resta saber como o elenco vai reagir ao vexame ofensivo diante das americanas.

Rússia - Desde o tombo no jogo contra o Dream Team ianque, a Rússia entrou numa curva descendente. Na seqüência, perdeu para francesas e tchecas, errando bolas fáceis o tempo inteiro. Apurei hoje que Maria Stepanova, melhor jogadora do time, anda muito abatida. Contra os EUA, ela foi eliminada com cinco faltas ainda no terceiro período. No sábado, nem desceu para almoçar no hotel.

República Tcheca - Entre essas três, é a seleção que eu mais temo, principalmente por causa de duas jogadoras que cobrem a quadra inteira. Eva Viteckova é uma espécie de Nowitzki do Mundial feminino: brilha dentro do garrafão e chuta de fora com precisão invejável. Hana Machova é a melhor armadora do campeonato até agora, com ótima visão de jogo, grande potencial ofensivo e disposição interminável nos rebotes e nas roubadas. É de encher os olhos.

Até a próxima, nigerianas


A abertura da rodada de domingo em Barueri teve um clássico africano na disputa pela lanterna da competição. Senegal, que jogou o tempo inteiro em São Paulo, foi ao ginásio José Corrêa para enfrentar as nigerianas. A rivalidade era tamanha que as jogadoras sequer trocaram os cordiais apertos de mão.

Nas arquibancadas, cartolas e jornalistas senegaleses fomavam uma torcida agressiva. A cada marcação da arbitragem, eles gritavam, xingavam e até jogavam garrafinhas plásticas perto da quadra.

No fim das contas, a Nigéria teve uma bola de três para vencer o jogo, mas perdeu. Um dos times mais simpáticos de Barueri, sob comando do técnico americano Kevin Cook, estréia em Mundiais com cinco derrotas e o último lugar na classificação. Uma pena.

Para piorar, Alisha Mohammed torceu o joelho e foi levada ao hospital para fazer uma radiografia. Fui até a enfermaria do ginásio, onde a ala de 20 anos tentava andar. Orgulhosa e guerreira, dispensou a cadeira de rodas e voltou à quadra para torcer pelas companheiras.

sábado, setembro 16

Dois dedos de prosa com Sue


Como sempre estou na cabine de TV do ginásio José Corrêa entre um jogo e outro, ainda não tinha conseguido falar com nenhuma jogadora dos Estados Unidos. Elas não vêm bater bola pela manhã e raramente observam as rivais de perto - tem sempre alguém filmando para mostrar depois. Neste sábado, as americanas massacraram Cuba. E o time pintou na arquibancada pouco antes de a bola subir. Ficaram ali uns três minutos, de olho na quadra. Foi bastante para eu bater um papo rápido com Sue Bird.

A armadora alertou para a força das cubanas e previu um jogo difícil. Falsa modéstia, como ficaria claro na vitória por 40 pontos de diferença. Cheia de sorrisos, falou sobre Iziane, companheira no Seattle Storm, e elogiou a atuação da brasileira contra a Lituânia.

Durou pouco tempo, mas valeu. Pelo menos, quebrou um pouco a frustração de estar ali, pertinho das melhores jogadoras do planeta, e não conseguir falar com ninguém.

Vontade de chorar

Com a vitória da seleção brasileira sobre a Lituânia, na manhã de sábado, meu humor melhorou um pouco. Apesar de ainda ter um pé atrás, eu tinha ficado levemente mais otimista. Até que, no fim da rodada, veio o Basketmania, do Sportv, e eu fiquei sabendo sobre as declarações do Barbosa. Aliás, as frases já tinham sido reproduzidas aqui, na caixinha de comentários, por Texano e EZ.

"Todo mundo fala que defesa ganha o jogo, mas eu não acho. Ganha quem faz ponto. Defesa é coisa de americano".

Sinceramente, não sei o que dizer.

Mais triste que isso, só a passividade do Grego. Qualquer presidente de confederação que tivesse um mínimo de bom senso, ao ouvir uma opinião como essa, demitiria o treinador na mesma hora.

Como se não bastassem todas as outras trapalhadas, dentro e fora da quadra, só esta frase já seria motivo mais que suficiente para expulsar Barbosa do cargo assim que terminar o Mundial.

sexta-feira, setembro 15

E aí, vai votar nele?



Desde o primeiro dia em Barueri, eu já tinha notado o lamentável sumiço verde-amarelo aqui no ginásio José Corrêa. Nossa comissão técnica não mandou nenhum representante para estudar as possíveis adversárias, mesmo com a distância de apenas 26 km entre uma sede e outra. Nesta sexta-feira sem jogos, dei um pulo até São Paulo e fiquei ainda mais estarrecido. Descobri que o Brasil também não vê os jogos do Ibirapuera! Inacreditável!

Conversei com várias pessoas que passam o dia inteiro no ginásio e os relatos foram idênticos: Antonio Carlos Barbosa aparece na aquibancada de vez em quando, conversa com um, cumprimenta outro, e mal presta atenção ao que se passa dentro da quadra.

Achou um absurdo?

Então segura essa:

Como se não bastasse, nosso técnico ainda circula acompanhado de um assecla que distribui seus santinhos de campanha! Para quem não sabe, Barbosa é candidato a deputado estadual em São Paulo.

Não preciso dizer mais nada, preciso?

Espanholas, tchecas e o palpitão

No primeiro dia morto do Mundial, deixei Barueri e fui a São Paulo para gravar a mesa-redonda do SporTV. Durante a tarde, no Ibirapuera, só deu para ver a Espanha batendo bola. A baixinha Palau estava com a mão quente. Valdemoro não treinou, mas fez tratamento no ginásio.

Na volta ao interior paulista, eu e Antonio Carlos Vendramini entramos no ginásio pela porta errada. Num corredor reservado, as meninas da República Tcheca se espalhavam pelo chão, fazendo o aquecimento antes do treino. Sem outra saída, fomos em frente, enquanto elas nos olhavam com cara de "o que esses dois loucos estão fazendo aqui?"

Alguns minutos depois, as meninas treinaram algumas jogadas. A contundida Michaela Pavlickova se movimentava à beira da quadra, acompanhada por um assistente-técnico. Ela já estava de tênis e não demonstrava dor no tornozelo, mas ainda parecia desconfortável.

Para completar, aí vai meu palpitão para as oitavas-de-final, com as seleções classificadas, na devida ordem:

Grupo E
1. Austrália
2. Lituânia
3. Brasil
4. Espanha

Grupo F
1. EUA
2. Rússia
3. República Tcheca
4. França

O palpite é baseado no que a seleção brasileira ainda pode render, mas uma eliminação agora não me surpreenderia nem um pouco. Afinal, o grupo E ainda tem a Argentina. Líderes na primeira fase, creio que as hermanas tendem a cair de produção. Mas a turma verde-amarela precisa se cuidar, se não quiser repetir o vexame masculino.

Vergonha


É até difícil de acreditar. A seleção brasileira feminina, para minha tristeza, tem sido uma cópia patética da masculina: talento individual indiscutível, esquema tático caduco, declarações desastradas à imprensa.

A choradeira de Helen e Êga, dizendo que foram garfadas, chega a ser ridícula. Foi falta na Alessandra? Claro que foi. O Brasil perdeu o jogo ali? Claro que não. Perdeu porque deixou a Espanha jogar, porque escancarou a defesa para os chutes de fora, igualzinho ao fiasco dos rapazes no Japão.

A conclusão a que chego é a seguinte:

Nosso basquete tem uma adminstração absolutamente atrasada, e esse atraso, infelizmente, está ilustrado nas comissões técnicas masculina e feminina. Lula e Barbosa estão alguns anos atrás dos concorrentes, precisam deixar os cargos o quanto antes. Nossa defesa é de nível colegial, e nosso ataque é sempre improvisado, vide a inadmissível bagunça na última posse de bola contra a Espanha.

É claro que os valores individuais ainda podem render bons frutos para as brasileiras no torneio. Torço por isso. Torço mesmo. Não engrosso a cornetagem do "quanto pior, melhor". Só espero que um eventual sucesso não mascare a mentalidade tacanha de quem comanda as nossas pranchetas hoje em dia.

Balanção da primeira fase


Fim da primeira fase, poucas surpresas. Tirando o furacão que passou pelo grupo A, com o Brasil decepcionando e a Argentina passando o rodo, deu o óbvio no restante do campeonato. Estados Unidos, Austrália e República Tcheca cumpriram seus papéis, sendo que as americanas são as únicas verdadeiramente invictas na competição - as australianas têm três vitórias, mas uma foi por WO. Acrescento a este grupo de elite a forte Rússia e, vá lá, a instável equipe francesa.

Ok, vamos à seleção da primeira fase. Duas, aliás. Como eu vi todos os jogos de Barueri e pouquíssimos de São Paulo, vou me limitar à sede do interior paulista. Aí vai:

- Maria Stepanova (Pivô - Rússia)
- Yayma Boulet Peillón (Ala - Cuba)
- Tina Thompson (Ala - EUA)
- Hana Machova (Armadora - República Tcheca)
- Sue Bird (Armadora - EUA)

- Técnica: Anne Donovan (EUA)


Stepanova é uma gigante de 2,02m que comanda o ataque da Rússia. Deu o azar de ter cometido quatro faltas no segundo período contra os EUA. A cubana Boulet é a segunda cestinha (23.3 pontos) e segunda reboteira (11.3) do torneio. As fantásticas Thompson e Bird formam a espinha dorsal da seleção americana. Machova, a moça da foto ali em cima, é uma senhora armadora, que brilha nas posições 1 e 2 e pega rebotes feito uma pivô. Anne Donovan não pede tempo apenas para bater palma. Invariavelmente, ela consegue consertar os defeitos da equipe nas pausas de jogo.

- Xiaolin Chen (China)
- Candace Parker (EUA)
- Eva Viteckova (República Tcheca)
- Diana Taurasi (EUA)
- Audrey Sauret-Gillespie (França)

- Técnica: Ling-Yao Lin Hung (Taipé)


A pivô chinesa tem muita força dentro do garrafão. O mesmo vale para Parker e Viteckova, sendo que estas duas são mais atléticas e habilidosas. Taurasi joga bem em todas as posições, mas tem sido letal na armação ofensiva, saindo para receber os passes de Sue Bird. Gillespie é a líder do campeonato em assistências. E a treinadora de Taipé já está eliminada, mas merece essa menção honrosa por ter sido a única a ver TODOS os jogos da primeira fase da arquibancada, fazendo anotações. Para quem disse que veio a Barueri com o objetivo de aprender, Lin Hung está fazendo o dever de casa direitinho.

Da turma do Ibirapuera, provavelmente entrariam nas seleções a australiana Lauren Jackson, a espanhola Valdemoro e a argentina Gisella Vega. Concorda? Discorda? Escreva aí.

quinta-feira, setembro 14

O olho clínico dos EUA


Dawn Staley (à direita) orienta a ala DeLisha Milton-Jones

Dois títulos mundiais, três ouros olímpicos, duas vezes eleita melhor jogadora de basquete do ano nos Estados Unidos, porta-bandeira da delegação americana em Atenas-2004, uma carreira repleta de glórias... e a pequena Dawn Staley estava ali, na arquibancada do ginásio José Corrêa, em Barueri, fazendo anotações sem parar enquanto a Rússia derrotava a China no segundo jogo do dia.

Aos 36 anos, Staley acaba de se aposentar na WNBA e está estreando na função de assistente-técnica da seleção americana.

Com o cabelo sempre preso em rabo-de-cavalo, uniforme de treino, sandálias de dedo e fisionomia de japonesa invocada, a ex-jogadora é figurinha carimbada nas cadeiras amarelas do ginásio, que ficam logo abaixo das cabines de televisão.

Ontem, arrisquei um "excuse me" e me sentei ao lado dela para um papo rápido. Àquela altura, a Rússia já massacrava a China, e as anotações não eram tão freqüentes.

Sem arrogância, Staley confirmou o que eu já esperava: as americanas estudam profundamente cada adversária do Mundial. Contra as russas, então, a preocupação é dobrada.

"Elas sempre fazem jogos de placar apertado contra nós. Aliás, todas as equipes hoje se esforçam muito mais quando nos enfrentam, as partidas ficam mais difíceis", afirmou.

Quando perguntei se veríamos, diante da Nigéria, um massacre semelhante ao do jogo contra a China, na véspera, a assistente de Anne Donovan sorriu e se esquivou.

"Eu espero que sim, mas não dá para prever".

O que se viu na quadra foi uma equipe americana perfeita no primeiro quarto, quando abriu 24 a 5, e cautelosa dali em diante, quando pisou no freio. A marcha lenta, claro, serviu para poupar as titulares.

Afinal, quinta-feira é dia de EUA x Rússia, que tem tudo ser o jogo mais fantástico deste Mundial até agora.

Resumão da quarta-feira


Por conta das transmissões do SporTV, não consegui soltar muitas notas ao longo da quarta-feira. Vamos, então, ao que de melhor aconteceu.

- Com bela atuação de Helen, o Brasil enfim acordou. Jogou bem no segundo tempo e bateu a Coréia do Sul com autoridade. Ainda assim, prefiro manter o pé atrás, pelo menos até a partida contra a Espanha, nesta quinta. Tomara que a recuperação não tenha sido fogo de palha. A equipe brasileira tem time para embalar no campeonato, mas ainda precisa melhorar muito. É esperar para ver.

- Como não vi a atuação da australiana Lauren Jackson no Ibirapuera, voto em Hana Machova para MVP do segundo dia. A armadora da República Tcheca foi brilhante na vitória sobre Cuba. Em 37 minutos de atuação, ela anotou 18 pontos, 12 rebotes, cinco assistências e três bolas recuperadas. Mais que os números, vale o espírito de liderança dessa jogadora, que ainda vai dar muito o que falar na competição.

- A Argentina aprontou para cima da Espanha. Será que as hermanas vão mesmo antecipar a avalanche que se espera com as categorias de base? Ou o time adulto ficou com ciúme das mais jovens?

- Lituânia e Austrália estrearam com fome de bola e venceram suas partidas com facilidade. A Fiba, aliás, precisa resolver logo essa situação do WO. Não faz sentido dar um ponto para as lituanas. A regra do basquete é clara nesse aspecto: WO não tem ponto para a perdedora. Ao que parece, a decisão só será tomada na sexta-feira.

- A França cravou 100 pontos contra Taiwan, logo no primeiro jogo de Barueri. A vitória sobre a República Tcheca, na estréia, deu moral às francesas, que já pintam como uma das melhores seleções do torneio.

- No fim da rodada, as americanas nocautearam a Nigéria no primeiro quarto e depois ficaram treinando para o embate contra a Rússia.

quarta-feira, setembro 13

O dono da prancheta nigeriana


O americano Kevin Cook, técnico da Nigéria, é uma figura. Acompanhei o aquecimento da seleção hoje, na hora do almoço, e na seqüência bati um papo com o sujeito. Mais tarde, a equipe enfrenta os EUA, e aí já viu, né. O jeito é apelar para o boxe.

Calma, Kevin não instruiu suas jogadoras para a pancadaria, mas fez uma analogia com o pugilismo para explicar o sonho da vitória.

"Quantas vezes um lutador peso-pesado tem a chance de desafiar o primeiro do ranking? É isso que vamos fazer hoje, cara. Só precisamos de alguns golpes para o nocaute."

Foi aí que ele parou, pensou, e soltou a gargalhada:

"Bem, talvez mais que alguns golpes".

O bem-humorado treinador ficou feliz da vida quando elogiei a atuação das meninas no primeiro tempo do jogo de ontem, contra a Rússia.

"Espero que possamos jogar os dois tempos hoje da maneira como jogamos o primeiro tempo ontem".

Infelizmente, não vai ser tão fácil assim.

Oh, Suzanne...


Da cabine, lá no alto do ginásio, meu queixo quase caiu.

Ali embaixo, na quadra, Sue Bird só precisou de 10 minutos para transformar meus comentários em meras repetições infantis.

Chegou uma hora em que não havia mais nada de novo para falar, a não ser ficar elogiando a armadora americana a cada vez que ela tocava na bola.

Com apenas 1,75m, Sue jogou feito gigante em Barueri.

Além de ter feito 20 pontos, foi uma regente perfeita para a orquestra dos EUA. A cada passe, a cada roubada, a cada arremesso dela, a equipe ia afundando a China sem dó nem piedade.

Está eleita a MVP do primeiro dia.

Parece mentira



Foi simplesmente inacreditável o que aconteceu com a seleção brasileira na estréia contra a Argentina.

E olha que eu nem estou falando do jogo apertado que deveria ter sido um massacre de 30 pontos.

Refiro-me apenas ao desfecho.

Como é que pode a Helen chutar no desespero, a ponto de dar um tapinha no rebote sem colocar os pés no chão, quando ainda faltavam seis segundos no relógio?

Ah, mas ela fez a cesta!

Sim, e aí vem o pior.

Toda a equipe saiu comemorando e simplesmente virou as costas para as argentinas, que ainda tiveram a chance de fazer uma bandeja. Para a nossa sorte, elas erraram. Para o nosso azar, as meninas do Brasil parecem ter contraído a "síndrome do masculino".

Péssima, a nossa estréia. Espero que as coisas melhorem na quarta-feira, contra as coreanas. Ninguém agüentaria outro vexame.

Resumão da terça-feira

- A França cresceu diante das tchecas.

- A Espanha simplesmente ignorou a Coréia.

- A Nigéria quase assustou as russas.

- Taiwan realmente assustou as cubanas.

- As americanas fizeram por merecer o título de Dream Team.

- A torcida asiática deu show em Barueri.

- O Brasil ainda não estreou.

- A Lituânia também não. Literalmente.

terça-feira, setembro 12

Mancada

Com 20 minutos de atraso, começa EUA x China. O problema foi no placar eletrônico. O povo não conseguiu, no computador, tirar os nomes das jogadoras de Taiwan e colocar as chinesas. Foi a segunda mancada do ginásio no dia: na partida entre França e República Tcheca, metade dos refletores pifou. Um lado ficou claro, o outro, escuro.

Armada espanhola

Com Valdemoro, é outro papo. Recuperada da contusão, a melhor jogadora da Espanha fez 17 pontos, pegou seis rebotes e deu cinco assistências na fácil vitória de 87-57 sobre a Coréia.

Enquanto o Brasil pula na frente da Argentina no primeiro quarto no Ibirapuera, Rússia e Nigéria fazem um jogo disputado aqui em Barueri. O público no ginásio José Corrêa aumentou consideravalmente, com mais uma leva de estudantes. Desta vez, a molecada foi até instruída para torcer. Tá bonito.

Começou bem

E não é que deu França? Gomis jogou muito, o técnico Jardel gritou feito um doido, e as francesas surpreenderam a República Tcheca na estréia. Foi uma bela partida, decidida apenas nos segundos finais, com os dois lances livres de Sandra Le Dréan, aquela mesma que tinha aberto o placar com duas cestas de três.

Impressiona a agressividade defensiva da França, que já deu um belo passo para garantir uma classificação tranqüilia no grupo D.

As tchecas sentiram a ausência de Pavlickova, que torceu o tornozelo logo no início. Resta agora brigar com Cuba e Taiwan por uma boa colocação. Não deve ser difícil.

Jardel, o louco

O técnico da França, Alain Jardel, é uma mistura de Bernardinho e Karpol. Grita o tempo todo, pula à beira da quadra e reclama da arbitragem em todos os lances. O árbitro Sérgio Pacheco acaba de chamá-lo para um bate-papo amistoso. Nesse ritmo, vai ser um festival de faltas técnicas.

Show do intervalo

Acaba de começar o segundo tempo, e a República Tcheca sente a ausência da pivô Pavlickova, que continua no banco, com gelo no tornozelo lesionado. A vantagem das campeãs européias sobre a França é de apenas um ponto, 30-29.

No Ibirapuera, a Espanha não toma conhecimento da Coréia e vai vencendo por 46-22.

As meninas da Nigéria já estão na área, sentadinhas na arquibancada, de olho em possíveis futuras adversárias. Daqui a pouco, elas enfrentam a Rússia, na luta desesperada para ficar com uma das vagas do grupo da morte, que ainda tem Estados Unidos e China.

Pé virado

O Mundial começou mal para Michaela Pavlickova. A pivô da República Tcheca torceu feio o pé esquerdo e acaba de deixar a quadra carregada. A coitada está aqui em frente, no banco, com a perna para cima e cara de poucos amigos.

Placar inaugurado

A francesa Sandra Le Dréan fez os seis primeiros pontos do Mundial feminino. Em duas cestas de três, a França abriu 6-0 sobre a República Tcheca. E os velhinhos da arquibancada não param de gritar um segundo sequer.

Barulho francês

França e República Tcheca batem bola na quadra do ginásio José Correa, a cinco minutos do início da partida. À exceção de algumas escolas da rede pública, que receberam ingressos, o público brasileiro ainda não deu as caras. A torcida francesa, contudo, está animadíssima. São, na verdade, umas 30 pessoas, na maioria velhinhos, pais e mães de atletas, que fazem um barulho danado. Acaba de tocar a Marselhesa. Esse negócio de ouvir "Allez Le Bleus" já está virando carma para brasileiro... eu, hein. Que suba a bola!

Hora do aquecimento

Salve, gente boa. Acabo de chegar ao ginásio José Corrêa.

As meninas de Taipé terminaram o aquecimento ainda há pouco. As baixinhas parecem estar com a mira calibrada, mas sem marcação fica mais fácil, né. Cuba, campeã da Copa América, chega como favorita para o jogo das 17h30.

Quem acaba de pintar na quadra é a seleção americana, inclusive Katie Smith, que chegou hoje de manhã e já está batendo bola aqui na minha frente. Campeã pelo Detroit Shock no domingo, ela foi decisiva no jogo do título, com duas cestas nos momentos finais. Os EUA fecham a jornada desta terça, às 19h45, contra a China.

Espanha e República Tcheca abrem os trabalhos às 13h.

= = =

Ah, só para explicar ao pessoal que perguntou na última caixa de comentários: o Brasil joga em São Paulo, no Ibirapuera. Ficam lá os grupos A (Brasil, Argentina, Coréia e Espanha) e B (Austrália, Canadá, Lituânia e Senegal). Aqui em Barueri, ficam os grupos C (EUA, China, Rússia e Nigéria) e D (República Tcheca, França, Taipé e Cuba).

Na verdade, eu não "escolhi" vir para Barueri. Estou aqui pelo Sportv, para comentar os jogos nas transmissões, ao lado do Antonio Carlos Vendramini. Mas vou dar um jeito de acompanhar o Brasil, claro.

segunda-feira, setembro 11

Primeiras impressões


As nigerianas capricharam na pose após o treinamento


Pegar um avião em pleno 11 de setembro foi moleza.

Sanduíche frio, refrigerante gelado e, até onde fiquei sabendo, nenhum terrorista suicida a bordo. Duro foi aturar a bagunça em Congonhas, com quase meia hora enfrentando um formigueiro humano para pegar a bagagem na esteira rolante.

Mais meia hora de van e, pronto, cá estou numa Barueri que me surpreendeu com pinta de cidade grande: trânsito embolado na hora do rush, centro comercial nervoso, mas acima de tudo um lugar simpático.

Cheguei ao ginásio José Corrêa às 19h. Tudo lá dentro cheira a novo. A quadra brilha, as cadeiras idem, o placar eletrônico é de alto nível. Ainda deu para pegar o finzinho do treino da Nigéria, e as jogadoras estavam felizes da vida, registrando tudo com câmeras digitais.

Na seqüência, veio um amistoso entre dois times de garotos, feito especialmente para ajustar os últimos detalhes das transmissões de TV.

Nas arquibancadas, meia dúzia de gatos pingados batia palmas. À beira da quadra, Gerasime Bozikis, o velho Grego, de terno, ciceroneava outros cartolas. Cá entre nós, o andar do dirigente-mor do basquete brasileiro parece cada vez mais cansado.

Diante disso, amanhã eu volto. A terça-feira promete agito do início ao fim. Mando notícias assim que possível. Abraços a todos.

(Foto: Rodrigo Alves)

A caminho de Barueri



Olá, meus caros, sejam muito bem-vindos. Nas próximas duas semanas, este vai ser o nosso canto para bater um papo sobre basquete.

Quando acabar o Mundial feminino, o Rebote volta ao endereço de sempre, mas até lá vamos fazer uma bagunça neste blog. Conto com a presença de cada um de vocês nas caixinhas de comentários.

Nesta segunda-feira, desembarco em Barueri, a 26km de São Paulo. Devo passar boa parte do meu tempo nesse ginásio aí da foto, o José Corrêa, onde jogam as seleções dos grupos C e D: EUA, Rússia, China, Nigéria (são elas na imagem, treinando), França, República Tcheca, Cuba e Taipé. Isso, claro, não me impede de ficar atento às meninas do Brasil, logo ali na capital. Vamos conversar muito sobre elas por aqui.

Então é isso. Mais tarde a gente volta a se falar. O vôo rumo à Terra da Garoa parte logo depois do almoço. Hã? Hoje é dia 11 de setembro???

Ah, eu nem tinha reparado...

(Foto: Wander Roberto - CBB)