Dawn Staley (à direita) orienta a ala DeLisha Milton-JonesDois títulos mundiais, três ouros olímpicos, duas vezes eleita melhor jogadora de basquete do ano nos Estados Unidos, porta-bandeira da delegação americana em Atenas-2004, uma carreira repleta de glórias... e a pequena
Dawn Staley estava ali, na arquibancada do ginásio José Corrêa, em Barueri, fazendo anotações sem parar enquanto a Rússia derrotava a China no segundo jogo do dia.
Aos 36 anos, Staley acaba de se aposentar na WNBA e está estreando na função de assistente-técnica da seleção americana.
Com o cabelo sempre preso em rabo-de-cavalo, uniforme de treino, sandálias de dedo e fisionomia de japonesa invocada, a ex-jogadora é figurinha carimbada nas cadeiras amarelas do ginásio, que ficam logo abaixo das cabines de televisão.
Ontem, arrisquei um "excuse me" e me sentei ao lado dela para um papo rápido. Àquela altura, a Rússia já massacrava a China, e as anotações não eram tão freqüentes.
Sem arrogância, Staley confirmou o que eu já esperava: as americanas estudam profundamente cada adversária do Mundial. Contra as russas, então, a preocupação é dobrada.
"Elas sempre fazem jogos de placar apertado contra nós. Aliás, todas as equipes hoje se esforçam muito mais quando nos enfrentam, as partidas ficam mais difíceis", afirmou.
Quando perguntei se veríamos, diante da Nigéria, um massacre semelhante ao do jogo contra a China, na véspera, a assistente de Anne Donovan sorriu e se esquivou.
"Eu espero que sim, mas não dá para prever".
O que se viu na quadra foi uma equipe americana perfeita no primeiro quarto, quando abriu 24 a 5, e cautelosa dali em diante, quando pisou no freio. A marcha lenta, claro, serviu para poupar as titulares.
Afinal, quinta-feira é dia de EUA x Rússia, que tem tudo ser o jogo mais fantástico deste Mundial até agora.